No vídeo realizado em referência ao Dia do Trabalhador e da Trabalhadora, o quadro do ComunicArte do mês de maio buscou compreender a luta da classe trabalhadora e a sua representação, refletindo sobre o dia 1º de maio, uma data de grande significado para os trabalhadores. Para isso, convidamos o professor de Geografia, Marcos Bohrer, para nos ajudar a analisar essa questão a partir da obra “Operários”, de Tarsila do Amaral.
O dia do trabalhador é comemorado internacionalmente desde 1890, quando trabalhadores de diversas partes do mundo já lutavam por seus direitos, utilizando do slogan “8 horas de trabalho, 8 horas de descanso e 8 horas de recreação”. Essa luta enfrentou empregadores insatisfeitos, que alegavam que essa exigência levaria a um colapso econômico. A data foi escolhida em homenagem aos Mártires de Chicago, cinco líderes operários que foram executados por participarem de manifestações por uma menor jornada de trabalho diária.
No Brasil, a adesão ao movimento aconteceu a partir de meados de 1910, por movimentos operários que reivindicavam jornadas menores, melhorias de salário e a proibição do trabalho infantil. Alguns anos depois, tornou-se feriado nacional durante o governo de Artur Bernardes.
Tarsila pintou o quadro “Operários” na década seguinte, em 1933, enquanto a data sofria um esvaziamento de significado social, tornando-se sinônimo de descanso e celebração, em vez da proposta de luta e protesto idealizada pelos trabalhadores. A obra foi o início da chamada fase social de Tarsila, onde ela demonstra preocupação com a situação do proletariado brasileiro e a desigualdade entre a população durante a industrialização do país.
Além da tela abordada no vídeo, “Segunda Classe” e “As Costureiras” são quadros que marcam este capítulo da artista, que foi caracterizado pelo uso de cores mais sóbrias e acinzentadas, que refletem o desânimo da classe trabalhadora no período. As obras de Tarsila nesta fase nos ajudam a refletir sobre a situação dos trabalhadores do início da industrialização do país e, nesse Dia do Trabalhador, convidamos a nossa comunidade acadêmica a pensar o quanto essa situação mudou ou até mesmo o quanto se assemelha àquela dos operários do século passado.
Confira o vídeo completo por meio do link!